quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O bom gestor de cooperativa

Todo e qualquer empreendimento requer um gestor qualificado, se não o empreendimento morre.. 


A Cooperativa nasce das pessoas empreendedoras e que acreditam numa ferramenta coletiva para se inserir no mercado e competir em igualdade de condições com as empresas capitalistas. É imprescindível a compreensão da Cooperativa a partir da necessidade de mercado, sujeita à livre concorrência e que depende de dirigentes que lhe agreguem competência e competitividade.

A gestão compartilhada é extrínseca à cooperativa e a base para o sucesso da sociedade é investir na educação dos associados para o entendimento da natureza dessa gestão e possibilitar a reflexão e a conscientização sobre os diferentes papéis inerentes à função do gestor e as decorrentes responsabilidades de natureza ética, através de doutrina com princípios e valores, e legal normatizada pela Lei 5764/71. A formação cooperativista e a profissionalização do quadro de dirigentes contribuem para uma maior eficiência e eficácia da atuação dos Gestores, sobretudo na construção de uma visão estratégica.

A Gestão associativa é um processo interativo de planejar, organizar, dirigir e avaliar resultados internos, com foco no cooperado, e externos voltado ao mercado. Nesse contexto, o planejamento é fundamental para estabelecer missão e visão que funcionarão como a bússola do empreendimento cooperativo.  As atribuições previstas no estatuto social e as decisões da Assembléia Geral são norteadoras da ação dos dirigentes de cooperativas, as quais a gestão se subordina.

Algumas habilidades e procedimentos são relevantes para um dirigente conduzir com sucesso a gestão da cooperativa, como a) Liderança - processo de empreendimento das necessidades dos cooperados e colaboradores e exprimi-las de forma eficiente e mesmo visionária, obtendo a interação e a participação de todos no desenvolvimento e na implementação da missão, visão e objetivos da cooperativa; b) Comunicação- processo interativo e de entendimento, assimilação e operacionalização de mensagens no ambiente da cooperativa. c) Supervisão- catalisação e orientação dos recursos humanos, direta ou indiretamente subordinados, em direção a metas e objetivos estabelecidos pela cooperativa em seu processo de planejamento estratégico; d) Coordenação- capacidade de conduzir, integrar, distribuir, coordenar, controlar e visualizar as ações da cooperativa com métodos, estratégias e habilidades, tendo como foco principal o desenvolvimento de um processo, projeto ou plano de ação da cooperativa. e) Decisão- que deve ser entendida como processo que requer análise, cautela e competência para decidir. O gestor tem que se posicionar com ética, neutralidade, coerência e comprometimento com a responsabilidade que lhe foi delegada através de Assembléia Geral; f) Ação- capacidade de decidir e agir com coerência e sensatez nas diversas situações que lhes são apresentadas no dia-a-dia, otimizando os recursos disponíveis para o alcance de resultados estabelecidos no planejamento estratégico da cooperativa.

 A educação cooperativista se consolida através da interação cooperado x cooperativa; a cultura cooperativista se consolida pela prática de trabalhar em conjunto; a democracia cooperativista se consolida pela igualdade de deveres e direitos de todos os cooperados; e o empreendimento cooperativista, se consolida pela gestação participativa, pois se a competição é inevitável, a cooperação é essencial.

São passos estratégicos dos associados de cooperativa para a consolidação do Sistema: 1º) Conhecer o Órgão de Representação Oceb do Sistema no Estado para saber da sua função e das suas obrigações para com ele; 2º) A Lei 5.764/71, Que define a Política Nacional do Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas; 3º) A Constituição Federal, especialmente os artigos 146 e 174 que fazem referência ao cooperativismo; 4º) O Código Civil; 5º) Princípios Cooperativistas e as Características da Sociedade Cooperativa 6º) Participar das ações educacionais promovidas pelo SESCOOP para a profissionalização da gestão, qualificação profissional e educação cooperativista dos associados, trabalhadores em cooperativa e dos seus dependentes.

Assumir desafios em defesa do coletivo, servindo ao próximo e não se servindo do próximo e um exercício de cidadania que deve ser de todo e qualquer gestor do Sistema Cooperativo e dos serviços públicos em geral.
“A cooperativa não tem sócios. São os sócios que têm a cooperativa”

* Alderico Sena é
Superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado da Bahia
(Matéria extraída do Site da OCB www.ocb.org.br)

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